terça-feira, 16 de julho de 2024

O Gato que Amava Livros, de Sosuke Natsukawa


Se você está a procura de um livro de fantasia envolvente que retrata o amor pela literatura, a importância da amizade e que te leva a fazer várias reflexões de forma leve "O Gato que Amava Livros" é a escolha certa para você!

Escrito pelo japonês Sosuke Natsukawa, a obra nos apresenta Rintaro Natsuki, um estudante do ensino médio, quieto, introvertido e solitário, que acabou de perder o avô que criou ele a vida toda e era proprietário de um sebo. O luto faz com que o garoto se isole do mundo, passando os seus dias apenas cuidando do sebo antes de se mudar para a casa de uma tia distante que o convidara para morar com ela. 



Preocupados, alguns colegas de turma de Rintaro tentavam animá-lo um pouco e convencê-lo a voltar a estudar, mas nada o ajudava a sair daquela situação. Até que um dia surge um novo visitante na Livraria Natsuki, enquanto Rintaro estava perdido em seus pensamentos alguém começa a conversar com ele e logo o adolescente percebe que a voz pertence a um gato misterioso que se apresenta como Tigre, o gato malhado. 

Inicialmente o jovem pensa estar sonhando, mas o gato continua ali e pede para que o garoto o ajude em uma missão: resgatar livros. Rintaro precisará percorrer 4 labirintos mágicos e enfrentar os seus respectivos governantes que mantém os livros aprisionados, maltratados e abandonados. Cada labirinto traz várias reflexões e críticas muito interessantes sobre a relação da sociedade com livros.


No primeiro labirinto Rintaro encontra o acumulador de livros, aquele ser que coleciona livros apenas por status e os tratam como objetos de decoração, tem metas literárias exageradas, que pensa que um bom leitor é apenas quem lê milhares de livros e não acha interessante fazer uma releitura. O que sabemos que não é verdade, cada leitor tem um ritmo de leitura e você pode reler os seus livros favoritos quantas vezes quiser, afinal a cada nova leitura temos uma nova percepção da história ou notamos detalhes que passaram despercebidos.  

No segundo labirinto, encontramos o estudioso que desejava transformar os livros em sinopses, pois a sociedade moderna está cada vez mais sem tempo para a leitura, trazendo reflexões acerca da dinamização da leitura, a simplificação da linguagem nos livros. Mas será que vale a pena transformar os livros em trechos aleatórios para poder "ler" o máximo possível?

Já o terceiro labirinto é uma critica ao capitalismo e ao mercado editorial, o governante desse labirinto acreditava que os livros que tem pouca saída devem simplesmente ser retirados de circulação e jogados fora, e que devem apenas ser feitas a impressão dos títulos mais populares - os famosos best-seller como conhecemos -, mas todos nós sabemos que há várias histórias legais de autores pouco conhecidos e que também há grandes nomes da literatura que são impossíveis de ser esquecidos. É preciso ter equilíbrio para manter a literatura viva.


Trazido para o Brasil pela editora Planeta em 2022 com 240 páginas, "O Gato que Amava Livros" possui uma escrita leve, que flui muito bemmas de uma profundidade gigantesca. É uma ótima escolha para quem gosta de trechos marcantes e indicações de clássicos, para quem quer uma leitura aconchegante, para quem está passando por uma ressaca literária ou para quem está passando por momentos de tristeza.

se você, assim como eu, ama o universo literário, tenho certeza que ficará envolvido com essa história, ele nos recorda os motivos que nos levaram a amar os livros e, principalmente, que é através da leitura que podemos nos conectar a várias outras pessoas ao redor do mundo e que as histórias retratadas nos permite desenvolver a empatia, o poder de se colocar no lugar do outro.


Espero que tenham gostado da resenha! Até a próxima!

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