Se você está a procura de um livro de fantasia envolvente que retrata o amor pela literatura, a importância da amizade e que te leva a fazer várias reflexões de forma leve "O Gato que Amava Livros" é a escolha certa para você!
Escrito pelo japonês Sosuke Natsukawa, a obra nos apresenta Rintaro Natsuki, um estudante do ensino médio, quieto, introvertido e solitário, que acabou de perder o avô que criou ele a vida toda e era proprietário de um sebo. O luto faz com que o garoto se isole do mundo, passando os seus dias apenas cuidando do sebo antes de se mudar para a casa de uma tia distante que o convidara para morar com ela.
Preocupados, alguns colegas de turma de Rintaro tentavam animá-lo um pouco e convencê-lo a voltar a estudar, mas nada o ajudava a sair daquela situação. Até que um dia surge um novo visitante na Livraria Natsuki, enquanto Rintaro estava perdido em seus pensamentos alguém começa a conversar com ele e logo o adolescente percebe que a voz pertence a um gato misterioso que se apresenta como Tigre, o gato malhado.
Inicialmente o jovem pensa estar sonhando, mas o gato continua ali e pede para que o garoto o ajude em uma missão: resgatar livros. Rintaro precisará percorrer 4 labirintos mágicos e enfrentar os seus respectivos governantes que mantém os livros aprisionados, maltratados e abandonados. Cada labirinto traz várias reflexões e críticas muito interessantes sobre a relação da sociedade com livros.
No primeiro labirinto Rintaro encontra o acumulador de livros, aquele ser que coleciona livros apenas por status e os tratam como objetos de decoração, tem metas literárias exageradas, que pensa que um bom leitor é apenas quem lê milhares de livros e não acha interessante fazer uma releitura. O que sabemos que não é verdade, cada leitor tem um ritmo de leitura e você pode reler os seus livros favoritos quantas vezes quiser, afinal a cada nova leitura temos uma nova percepção da história ou notamos detalhes que passaram despercebidos.
No segundo labirinto, encontramos o estudioso que desejava transformar os livros em sinopses, pois a sociedade moderna está cada vez mais sem tempo para a leitura, trazendo reflexões acerca da dinamização da leitura, a simplificação da linguagem nos livros. Mas será que vale a pena transformar os livros em trechos aleatórios para poder "ler" o máximo possível?
Já o terceiro labirinto é uma critica ao capitalismo e ao mercado editorial, o governante desse labirinto acreditava que os livros que tem pouca saída devem simplesmente ser retirados de circulação e jogados fora, e que devem apenas ser feitas a impressão dos títulos mais populares - os famosos best-seller como conhecemos -, mas todos nós sabemos que há várias histórias legais de autores pouco conhecidos e que também há grandes nomes da literatura que são impossíveis de ser esquecidos. É preciso ter equilíbrio para manter a literatura viva.
Trazido para o Brasil pela editora Planeta em 2022 com 240 páginas, "O Gato que Amava Livros" possui uma escrita leve, que flui muito bem, mas de uma profundidade gigantesca. É uma ótima escolha para quem gosta de trechos marcantes e indicações de clássicos, para quem quer uma leitura aconchegante, para quem está passando por uma ressaca literária ou para quem está passando por momentos de tristeza.
E se você, assim como eu, ama o universo literário, tenho certeza que ficará envolvido com essa história, ele nos recorda os motivos que nos levaram a amar os livros e, principalmente, que é através da leitura que podemos nos conectar a várias outras pessoas ao redor do mundo e que as histórias retratadas nos permite desenvolver a empatia, o poder de se colocar no lugar do outro.
Espero que tenham gostado da resenha! Até a próxima!
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