Geekerela é o primeiro volume da série “Once Upon a Con”, escrito pela autora estadunidense Ashley Poston e lançado pela Editora Intrínseca em 2017. Contendo 387 páginas, o livro se trata de uma releitura do conto da Cinderela e traz diversas referências da cultura nerd. Narrado em 1ª pessoa, os capítulos são intercalados por dois protagonistas.
"Apontar para as estrelas. Mirar. Disparar."
A trama começa nos apresentando Danielle Wittimer – ou Elle - uma garota órfã de 17 anos que mora em Charleston, nos Estados Unidos. Elle convive e sofre nas mãos de sua madrasta Catherine e das gêmeas Chloe e Calliope - filhas de outro casamento de Catherine. Elle trabalha meio-período em um food truck chamado “Abóbora Mágica” que vende comida vegana, e é dona do “Artilharia Rebelde”, um blog onde ela comenta sobre “Starfield”, uma clássica série de ficção científica que ela conheceu através de seu falecido pai.
Recentemente surgiu a notícia de que essa série ganharia um remake, mas Elle não está nem um pouco feliz em ver a série que tanto ama virando “modinha”. Em seu blog, a garota reclama da escolha do ator que foi escalado para interpretar Carmindor, o protagonista da série original e logo esse post vira um sucesso.
Do outro lado, conhecemos Darien Freeman, um jovem ator de 18 anos, que assumirá o papel de Carmindor. Ele tem toda sua vida controlada por Mark que além de ser seu pai, também é o seu produtor, o que torna o relacionamento dos dois ainda mais complicado. Darien é um grande fã da série, mas não pode revelar isso, e após ver os julgamentos dos fãs que não o aceitam no papel, acaba surgindo inseguranças para interpretar o personagem que tanto ama.
“... Se alguém gosta de uma coisa nunca é bobeira.”
Em meio a tudo isso, a produção do filme anuncia um concurso de cospley da famosa convenção chamada ExcelsiCon – esse evento foi uma criação do falecido Robin Wittimer, pai de Elle – valendo ingressos para um baile de máscaras para ter um encontro exclusivo com Darien e uma premiação em dinheiro. Elle decide participar, pois se ela ganhasse, seria a oportunidade perfeita para sair daquela casa e se livrar de sua madrasta e das gêmeas. Mas quem não gosta dessa ideia de participar da ExcelsiCon é Darien, ele havia prometido que nunca mais participaria desse evento, mas como seu pai o força a ir, ele resolve buscar por conta própria o contato do representante do evento para cancelar sua participação.
"Então, vou criar um novo universo, um lugar onde eu possa ser quem quiser, e não quem todo mundo pensa que sou."
E é assim que o destino de Elle e Darien se cruza, como a garota havia herdado o celular de seu falecido pai, quem acaba recebendo as mensagens de Darien é ela, e apesar do engano, eles continuam conversando. Nenhum dos dois sabe exatamente quem está por trás das telas, mas a partir dessa interação é possível perceber o quão parecidos eles são.
É muito legal ver como eles se sentem confortáveis um com o outro através das mensagens, a forma como se ajudam e se motivam, esse é o momento em que eles podem ser eles mesmos, mesmo sem revelar exatamente quem são. Ao mesmo tempo, essa situação chega a ser engraçada, uma vez que Elle não gosta de Darien e o culpa por estar prestes a arruinar seu personagem favorito, e Darien nem desconfia que Elle é a blogueira que fez aquelas duras críticas sobre ele. Tudo isso vai nos dando ansiedade para ver qual será a reação deles quando se encontrar e descobrir quem realmente são.
“É mais fácil sermos quem queremos ser quando não estamos tentando ser quem todo mundo pensa que somos.”
Como Elle havia decidido participar do concurso de Cospley, a garota escolhe usar um dos cospleys que seus pais usavam quando eram vivos, inicialmente ela tenta ajustar a velha casaca de seu pai a sua maneira, mas como ela não sabe costurar, essa ideia não dá muito certo, sua “fada madrinha” será Hera, a garota que trabalha com Elle no food truck e que tem um grande talento para produzir roupas. Hera que inicialmente se mostrava uma pessoa distante e fria, ao decorrer das páginas, se revela ser uma pessoa muito legal e assim vemos uma amizade surgir entre as duas.
“ - Sabe, meu pai disse que as coisas só são realmente impossíveis se a gente nem se der o trabalho de tentar.”
Mas é claro que um dia antes do evento, muita coisa vai dar errado, vão tentar impossibilitar a ida de Elle ao evento, porém como num conto de fadas Elle vai receber a ajuda de sua fada madrinha, Hera que não vai apenas ajudar nos ajustes de roupas, mas também com sua ida ao evento e dará todo o apoio moral que sua amiga precisar, sem contar as outras ajudas que Elle ganhará no meio do caminho para realizar seu sonho.
Eu particularmente amo ler releituras dos Contos de Fadas e pode até parecer meio suspeito, mas estou apaixonada por esse livro. Mas também, é claro que é impossível não se identificar com esse universo, ele representa exatamente esse sentimento que nós fãs sempre temos, de ficar com medo de que algo que gostamos não receba uma adaptação tão boa ou então que algum remake não seja tão bom quanto o original.
“ - Como atores, só podemos nos colocar no lugar de outra pessoa por um tempo e dar o nosso melhor. Somos instrumentos. Lemos as anotações nas páginas e as interpretamos.”
Devo dizer, que amei a escrita e o modo de se expressar da autora, através das páginas ela está sempre passando mensagens positivas, para não desistirmos de nossos sonhos e de sempre termos esperança. Eu só tenho elogios, sem dúvidas ela já entrou para a minha lista de autores favoritos. Devo agradecer a minha amiga Bia por ter me indicado mais uma história maravilhosa, eu adoro as suas indicações 💖
“Nós somos quem quisermos ser. Qualquer um pode ser o que quiser.”
Como vocês puderam perceber no começo da resenha, esse livro faz parte de uma série e espero que com o tamanho do sucesso que Geekerela fez quando foi lançado no Brasil, que a editora resolva traduzir os outros livros e é claro, também torço para que um dia essa história ganhe uma adaptação a altura >.<
Espero que tenham gostado da resenha!
Até a próxima!
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