segunda-feira, 21 de junho de 2021

É Inverno!


É chegada a estação do Inverno, 
período de dias curtos, cinzentos 
e noites longas de um frio friorento. 
No contínuo renovar dos ciclos, 
as folhas cumprem sua rotina periódica, 
bailando no eterno enfrentamento contra o vento. 
Assim, a paisagem se transforma 
e toda essa agitação da natureza parece até um evento. 
E na verdade não deixa de ser, 
pois o sentimento de renovação, 
aquece nosso coração com a doce esperança de dias bonitos, 
que com a benção de Deus, 
podem muito bem acontecer! 
(Márcia Grossl)

Acreditar que dias bonitos estão à caminho e aproveitar as oportunidades de apreciar a beleza que Deus nos proporciona no constante renovar de todas as coisas que compõem o universo, é o segredo da felicidade. Agora, é tempo do Inverno! Aproveitemos.   
O Inverno já chegou trazendo-me inspiração poética, e para darmos as boas vindas a essa estação maravilhosa, deixo pra vocês leitores do Pensamentos em Flor, um lindo poema...  


Manhã de Inverno

Coroada de névoas, surge a aurora
Por detrás das montanhas do oriente;
Vê-se um resto de sono e de preguiça,
Nos olhos da fantástica indolente.

Névoas enchem de um lado e de outro os morros
Tristes como sinceras sepulturas,
Essas que têm por simples ornamento
Puras capelas, lágrimas mais puras.

A custo rompe o sol; a custo invade
O espaço todo branco; e a luz brilhante
Fulge através do espesso nevoeiro,
Como através de um véu fulge o diamante.

Vento frio, mas brando, agita as folhas
Das laranjeiras úmidas da chuva;
Erma de flores, curva a planta o colo,
E o chão recebe o pranto da viúva.

Gelo não cobre o dorso das montanhas,
Nem enche as folhas trêmulas a neve;
Galhardo moço, o inverno deste clima
Na verde palma a sua história escreve.

Pouco a pouco, dissipam-se no espaço
As névoas da manhã; já pelos montes
Vão subindo as que encheram todo o vale;
Já se vão descobrindo os horizontes.

Sobe de todo o pano; eis aparece
Da natureza o esplêndido cenário;
Tudo ali preparou co’os sábios olhos
A suprema ciência do empresário.

Canta a orquestra dos pássaros no mato
A sinfonia alpestre, — a voz serena
Acorda os ecos tímidos do vale;
E a divina comédia invade a cena.

(Machado de Assis)

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